Ep 1 - Transcrição
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Este episódio contém violência e linguagem imprópria
A torcida do Athletico Paranaense não ajuda em nada o clube. Na verdade ela até atrapalha.
E isso aí está provado: durante a pandemia, por exemplo, o time jogou sem público e teve um desempenho melhor do que vinha tendo.
Até existe uma minoria de bons torcedores, só que eles pagam uma mixaria por mês e deveriam ser mais gratos. No fundo, são egoístas que só querem vantagens.
Se tivesse um torcedor só que comprasse todos os ingressos, estava ótimo. Resolvia o problema.
E os bons athleticanos, além de minoria, são omissos. Ficam quietinhos diante da torcida organizada, que é um bando de gângsters que só atrapalha e explora a marca do Athletico. Uns pulhas.
Se ainda fosse uma organizada que chegasse aos pés das torcidas inglesas, com cânticos que arrepiam, que unem as pessoas… Mas só sabem xingar e arrumar briga.
Tá. Quem pensa tudo isso que eu falei não sou eu, é o presidente do próprio Club Athletico Paranaense, o senhor Mario Celso Petraglia.
Petraglia: O ano passado eu tive o prazer e a satisfação de provar que torcida não ganha jogo… Quem ganha jogo é jogador, torcida atrapalha… Estou há mais de 25 anos aqui nunca esperei alguma coisa de torcedor, que é um egoísta ingrato… uma pequena minoria de bons torcedores que pagam uma miséria por mês para ver um dos maiores times das Américas jogar… infelizmente os bons ficam calado… os bandidos gritam e ecoam no estádio inteiro… cânticos são os que os ingleses falam, que arrepia, que irmana, que une…
E daí você pensa: Beleza. Esse cara foi eleito para presidir um clube de futebol e agora já era, a torcida vai derrubar ele. Ou então, na próxima eleição, a chapa dele vai perder de lavada.
Pois é… na verdade o que não falta é athleticano querendo erguer uma estátua do Petraglia em frente à Arena da Baixada (o estádio do Athletico).
Sem falar que não é de hoje que ele desdenha da torcida e, mesmo assim, a última eleição do clube não precisou nem acontecer: em dezembro de 2019, Mario Celso Petraglia foi aclamado presidente do Furacão até o final de 2023, porque nenhuma chapa de oposição ousou se inscrever.
E cá entre nós, ninguém tentou porque não ia ter chance mesmo.
Agora, me diz: Por que é que um homem que fala o que fala tem essa moral toda?
Mauro Singer: Ele é foda, ele é foda.
Sandro Moser: Ele é foda… é o tipo de cara que não tem… hollywood escreve uns personagens assim, mas ele é um cara da vida real.
Julio Cesar Sobota: mas o cara não tem, hoje a gente vê que o cara é Ninja
Carlos Maranhão: O Petraglia está muitos anos luz à frente, é o que eu penso.
Carneiro Neto: Ele foi o maior presidente dos cem anos de história do Club Athletico Paranaense, por tudo o que realizou.
Em 2023, enquanto a gente grava este episódio, Mario Celso Petraglia tem 79 anos e comanda o Athletico com um poder quase absoluto. Mas nem sempre foi assim.
Nessas últimas três décadas, a torcida já fez campanha para o Petraglia ficar, campanha para ele ir embora e depois para ele voltar. Já mandou o homem praquele lugar várias vezes, mas também já gritou o nome dele em momentos de pura alegria e até viajou para defender pessoalmente o presidente em uma das fases mais delicadas da trajetória dele.
Na opinião do Petraglia, ele transformou um time de bairro em uma potência continental. Para calar os críticos, o Petraglia compara o que o Athletico era nos anos 1990 ao que é hoje, e lança mão da sua frase predileta, que ele repete feito um mantra:
Petraglia: O tempo é o senhor da razão… o tempo é o senhor da razão.
Essa história de amor e ódio com a torcida, idas e vindas, ataques e conciliações, me parece a melhor forma de abrir um perfil do homem que há quase trinta anos manda e desmanda no Athletico. E é isso que eu vim fazer aqui.
Eu sou Filipe Andretta, jornalista e advogado curitibano, e este é o “Senhor da Razão?”, um documentário não autorizado sobre Mario Celso Petraglia e o Athletico Paranaense.
VINHETA DE ABERTURA
Episódio um: O empresário e o político
Antes de a gente continuar, tem três coisas que é importante deixar claro.
A primeira é que este é um documentário não autorizado. Ou seja, o Petraglia não queria que fosse publicado, e não participou de nenhuma fase da produção.
O Athletico também não deu qualquer apoio.
A única vez que eu entrevistei o Petraglia foi em agosto de 2021.
Eu morava em São Paulo, trabalhando como repórter de economia no UOL e eu estava escrevendo sobre o projeto de lei que criava a figura da SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
O Petraglia se interessava pelo assunto e estava diretamente envolvido no projeto. Eu fui atrás de um contato dele e rapidinho consegui o telefone pessoal, que circulava pelos grupos de WhatsApp.
Petraglia: Meu telefone é aberto ao público, sobre absurdas perguntas idiotas…
Mandei uma mensagem e ele respondeu na hora se colocando à disposição, e a gente fez uma entrevista por telefone, bem tranquila.
O Petraglia não sabia, mas desde aquela época eu já vinha pesquisando a viabilidade de se fazer um documentário sobre ele.
Eu nasci em 1990 e cresci numa casa que fica a três quadras da Baixada, na Avenida Água Verde, em Curitiba.
Então eu acompanhei de perto, desde criança, a transformação do Athletico que foi liderada pelo Petraglia.
Em 2022 eu voltei pra Curitiba e decidi tirar a ideia do papel. Mandei um zap para aquele mesmo número. Resumindo, foi tipo: Presidente, como vai, lembra de mim? Quero fazer um documentário sobre o senhor. O que acha?
De início, ele até agradeceu o interesse, mas foi curto e grosso: não autorizo, não faça.
No fundo, eu já imaginava que essa seria a resposta. Daí eu tentei da forma mais educada possível dizer que um produto jornalístico sobre uma pessoa pública não precisa de autorização; que o documentário seria publicado mesmo sem a benção dele; e que eu sempre estaria disponível para ouvir a versão dele sobre os fatos.
Nessa hora, ele engrossou um pouquinho, como você pode imaginar.
Eu ainda tentei mais uma vez, em fevereiro de 2023, convencer o Petraglia a me dar uma entrevista, ou pelo menos a responder algumas perguntas por escrito.
Não rolou, e a última mensagem dele no meu WhatsApp é: [abre aspas] Não brinque com a minha imagem [exclamação]
A gente sabe também que o Petraglia enfrenta alguns problemas de saúde, e que isso é um obstáculo a mais para a participação dele no documentário. Durante este primeiro semestre de 2023, ele esteve internado algumas vezes e precisou até se afastar das funções no clube.
Independentemente da decisão do presidente de não colaborar (o que é um direito dele), eu torço de verdade pela recuperação do Petraglia e espero que ele viva ainda muitos anos.
De toda forma, fica registrado que toda vez que você ouvir a voz do Petraglia aqui, é um áudio retirado de outro veículo. A gente vai citar a fonte durante o programa ou lá no final de cada episódio.
Ou então é um áudio que o próprio Petraglia gravou, mandou para alguém e viralizou. Nesses casos, são áudios famosos que circulam publicamente nas redes sociais e já viraram até meme.
Petraglia: também raramente mando mensagens porque viralizam, deformam, deturpam, usam, põem em outros grupos… entende, todo mundo faz questão de dizer que ouviu o Petraglia.
A segunda coisa importante para deixar claro é que este não é um documentário chapa branca.
Se você é um petraglista fervoroso, acredita que o homem está sempre certo e faz tudo com a melhor das intenções, vai ficar frustrado.
Da mesma forma, se você odeia o Petraglia e espera um dossiê revelando que ele é uma grande farsa, você também vai se decepcionar.
Mario Celso Petraglia é uma personalidade complexa e muito, muito influente. É justamente isso, na minha opinião, que torna ele digno de um documentário.
Por último, não é segredo, mas acho importante deixar avisado que eu sou athleticano. Nunca fui de organizada, mas vou a quase todos os jogos na Baixada e às vezes arrisco até uma viagem para acompanhar o time.
Se você também é athleticano, já trombou comigo na fila das catracas ou do X-Pernil da Praça Afonso Botelho.
Agora, se você não é athleticano, me dê uma chance. Prometo guardar o meu clubismo para alguns raros momentos e vou tocar esse podcast com o meu melhor esforço para ser crítico e objetivo.
Vamos nessa?
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Guarde esse ano: 1995.
A história do Petraglia no Athletico começa antes disso, no início da década de 1970, assumindo algumas funções nos bastidores e depois como conselheiro e diretor do clube.
Mas é 1995 que marca o início da “Era Petraglia”.
Nesse ano, o presidente do Athletico era o Hussein Zraik. O time estava num buraco tão grande que a gente só consegue ter uma perspectiva comparando com a situação dos rivais na cidade.
Trecho do Hino do Coxa (Coritiba Eterno Campeão)
O Coritiba (o Coxa), além de ser o time com mais títulos estaduais, era o único naquela época com uma estrelinha amarela no peito: o título brasileiro de 1985. E também tinha o maior e melhor estádio da cidade, o Couto Pereira, no Alto da Glória.
O Athletico até havia terminado em 1994 uma reforma no Joaquim Américo (a Baixada), mas ainda era um estádio simples, pequeno, para 20 mil pessoas, bem diferente das arenas modernas que viriam.
Quando precisava sediar grandes jogos, a diretoria era obrigada a pedir emprestado o estádio do maior rival, e pagava caro por isso, numa época em que bilheteria era a principal fonte de renda no futebol.
Foi o que aconteceu em maio de 1983 – uma das poucas vezes até então em que o Athletico alcançou alguma projeção nacional. Mais de 67 mil pessoas foram ao Alto da Glória ver o segundo jogo da semifinal do Campeonato Brasileiro – o que até hoje é o recorde de público para um jogo de futebol no Couto Pereira.
Narração do jogo Athletico 2×0 Flamengo, de 1983, na TV Globo: Tentou cruzamento, Assis veio. GOL do Atlético do Paraná. Washington é o nome dele, número 9 na camisa, para delírio da torcida rubro-negra do Paraná. Atlético 2 Flamengo 0. É incrível a alegria da torcida aqui no Paraná, que vai agora à loucura acreditando no quase impossível. 2×0 aqui, primeiro tempo de jogo, 33 minutos de partida.
O Athletico do Casal-20 Washington e Assis, que ainda usava listras horizontais, precisava fazer mais um gol, o que não aconteceu, e acabou eliminado na semi. O Flamengo de Zico, treinado por Carlos Alberto Torres, seria o campeão de 1983 em cima do Santos.
Mas, voltando a falar de 1995: ali, tanto o Coxa quanto o Athletico estavam na Série B e passavam por uma crise financeira braba, vendendo o almoço para comprar a janta.
Naquele ano, o único representante do estado na Série A e na Copa do Brasil era uma nova potência local.
Trecho do hino do Paraná Clube
O Paraná Clube nasceu de uma fusão entre o Colorado e o Pinheiros em 1989. Veja bem, era um recém-nascido, mas era bem nascido. Tinha um patrimônio invejável que incluía o estádio Durival Britto (uma herança do Colorado e sede da Copa do Mundo de 1950) e um clube social pomposo na Avenida Presidente Kennedy (herança do Pinheiros), com piscina, trampolim, salão de festas e tal.
Dos dez campeonatos paranaenses na década de 1990, o Paraná venceu seis, sendo cinco deles consecutivos, de 1993 a 1997.
Então, já dei um spoiler: o Athletico não vence o estadual de 1995. Pelo contrário, passa vergonha.
Dorival Chrispim/CNT: O rubro negro inciou o campeonato com um time que tinha a irregularidade como característica principal, vencendo por exemplo o Matsubara no Estádio do Café e perdendo em casa para o União por 1×0.
– Essa é uma retrospectiva do Athletico de 1995 feita no final daquele ano pelo repórter Dorival Chrispim, que estava na CNT –
Dorival Chrispim/CNT: O técnico Sérgio Cosme chegou a ser cercado por torcedores. (Julião) Porra, se nós tamos aqui dentro é para ferver o calderão, não pra virar essa geladeria que tá virando com esse time aí. Tem cara que não sabe o que significa a Baixada pra nós [0’42]
O vexame maior daquele paranaense veio na Páscoa, 16 de abril de 1995, quando o Athletico toma um chocolate do Coxa: 5×1 no Couto Pereira.
Em campo estava o meia Alex, com só 17 anos (futuro ídolo do Coxa, do Cruzeiro, do Palmeiras e do Fenerbahçe), mas quem deu show naquele dia foi o atacante Brandão, que fez três, além de um show de horrores da zaga do Furacão.
Athletiba de Páscoa 1995 – melhores momentos – Globo Esporte: Se era dia de Brandão, definitivamente não era dia de Atlético. Brandão lançou para a área e China se encarregou do resto. Gol contra de China. Coritiba 5, Atlético 1.
E esse papelão rubro-negro foi a deixa para que um empresário de 51 anos derrubasse o presidente Hussein Zraik e assumisse o clube: estou falando do conselheiro Mario Celso Petraglia, que estava nas cadeiras sociais do Couto Pereira naquela tarde de Páscoa.
A versão mais romântica da história diz que ele se emocionou com a torcida que, durante o intervalo, já perdendo de 3×0, cantava a plenos pulmões o hino do Athletico.
E essa demonstração de amor incondicional teria inspirado o Petraglia a exigir a renúncia do então presidente para, na sequência, assumir o clube.
Verdade ou não, o fato é que o homem já articulava uma chapa de oposição para concorrer na eleição prevista para o final do ano.
Só que o fiasco do time no clássico, os salários atrasados, o jejum de títulos, a revolta da torcida… tudo isso formou uma tempestade perfeita para uma virada de mesa, que colocou o Petraglia no poder ainda no primeiro semestre.
Dorival Chrispim/CNT: Para dirigir os destinos do rubro-negro foi formada uma comissão, presidida pelo conselheiro Mario Celso Petraglia. (MCP) Nós não nos conformamos mais com essa situação, já há algum tempo demos um grito de basta, de alerta, já há quase um mês, que o Atlético não poderia continuar na forma que vem sendo administrado. [1’51]
Foi aí que o nome Petraglia passou a frequentar as mesas redondas, os cadernos de esporte e as conversas de boteco. Só que bem antes disso, o doutor Mario Celso já era famoso entre os grandes empresários e políticos paranaenses.
O Petraglia é filho de uruguaios. O pai, José Benito, era torcedor do Peñarol, e a mãe, Maria, torcia para o Nacional.
No nosso site, senhordarazao.com.br, tem uma lista de materiais extras e referências de cada episódio. Lá você acha uma reportagem do Fernando Rudnick que apurou uns detalhes bem curiosos dessa história.
A família Petraglia deixou o Uruguai, passou por Pelotas, já no Rio Grande do Sul, e depois por Cruzeiro do Sul, onde nasceu o menino Mario Celso, em 11 de fevereiro de 1944.
Alexandre Praetzel/Rádio Bandeirantes: As pessoas não lembram que o senhor é gaúcho. O senhor é gaúcho.
Petraglia: Sou, sou gaúcho, mas por adoção, sou paranaense.
Não tem muito registro do Petraglia falando sobre a infância dele. Uma das poucas vezes em que ele se abriu sobre o tema foi ao repórter Osmar Antônio, da rádio Banda B, em 2004. Infelizmente eu não consegui o áudio, mas encontrei trechos da entrevista transcritos no site Furacao.com.
O Petraglia veio para Curitiba ainda pequeno. A família era grande (ele era o oitavo de dez filhos) – e não tinha muita grana não, ein?
O menino Mário Celso estudava no Colégio Estadual do Paraná, uma centenária instituição ao lado do Passeio Público. Ele reprovou a 1ª e a 2ª série do segundo grau (que seria hoje o Ensino Médio) e tomou uma dura do seu José Benito: Quem não quer estudar tem que trabalhar.
A mãe, dona Maria, ajudou o filhote a procurar trabalho. O primeiro emprego foi como office-boy.
Ele trabalhava de dia e retomou os estudos à noite, desta vez no Instituto de Educação, na esquina da Emiliano Perneta com a Voluntários da Pátria, perto da Praça Zacarias, no Centro.
(A gente já vai entender porque o Instituto é importante nessa história.)
Mas o jovem Mario Celso queria disputar vagas melhores nas empresas e, pensando nisso, fez um curso técnico de contabilidade no Colégio Bom Jesus. Depois, se formou na Faculdade de Direito de Curitiba, que agora faz parte da Unicuritiba.
Embora até hoje tenha registro ativo como advogado, ele se destacava mesmo em outra função:
Gennaro Moretti: O Mário sempre atuou na área financeira, porque ele é uma pessoa extremamente competente nessa área, e foi por isso que ele foi convidado a se filiar a empresa. E nós tivemos, digamos assim, uma uma empresa ainda pequena época, todo mundo trabalha junto com todo mundo. Trabalho de equipe total, né? E nós convivíamos diuturnamente, praticamente [3’34]
Esse aí é Gennaro Moretti, um simpático perito industrial de 81 anos que trabalhou por décadas com o Petraglia. (O seu Gennaro é italiano, por isso carrega esse leve sotaque.) E ele me contou que, no começo dos anos 1970, o Petraglia trabalhava na Enco Engenharia e Comércio, empresa que seria uma das bases para a formação do poderoso grupo Inepar.
Inepar (vídeo institucional): Infraestrutura é o que move o crescimento, tecnologia é o que transforma a realidade. Inepar: Infraestrutura e Inovação S.A.
A Inepar foi uma gigante. (E eu digo “foi” porque, nos últimos anos, ela andou mal das pernas e passou por um processo de recuperação judicial)
Mas entre os anos 1980 e 1990, foi um dos 15 maiores grupos empresariais do Brasil e tinha uma das ações mais valorizadas na Bolsa.
O grupo vendeu estruturas e serviços para obras de grande porte: usinas como Itaipu, Belo Monte e a das Três Gargantas (na China); refinarias, plataformas de petróleo, estrutura para gás natural, telecomunicações… enfim, só coisa que gira muita grana.
E ainda lá nos anos 1970, o Petraglia alcançou o cargo de diretor financeiro, se tornou um dos acionistas majoritários e depois chegou à vice-presidência do grupo.
Então dá para ter uma ideia da fortuna que o Petraglia construiu, principalmente a partir dos seus trinta e poucos anos.
Nessas décadas de Inepar, o seu Gennaro ocupou diversos cargos de direção e conviveu bastante com o Petraglia. Daí, quando a gente conversou por telefone, eu resolvi fazer essa pergunta aqui:
Gennaro Moretti [15’00] (Filipe) Ele tinha essa relação passional com o Athlético, acompanhava os jogos…? (Gennaro) Totalmente, totalmente, totalmente..ele sempre foi apaixonado pelo time do Athletico [15’15]
Eu sei: parece besteira checar se o Petraglia é athleticano mesmo. Só que essa polêmica circulou algumas vezes.
O Petraglia nunca é visto vestindo uma camisa do time. (Aliás, se você tem algum registro disso, manda para a gente no contato@senhordarazao.com.br ou nas nossas redes sociais.)
Ele quase sempre aparece com terno cinza e camisa branca – um look que combina, aliás, com o topete grisalho penteado para a direita, e que cai muito bem no corpo esguio de 1,90m de altura.
Durante a eleição mais difícil que o Petraglia encarou no clube, em 2015, o candidato de oposição foi “flagrado” vestindo camisa do Athletico, uma bermuda e com uma longneck na mão… Gente como a gente.
O Petraglia divulgou essa imagem para desqualificar o adversário, dizendo que aquilo não era postura de dirigente.
A relação dele com o Coxa também é curiosa.
Em situações formais, o Petraglia faz questão de ser respeitoso. Diz que torce pelo sucesso do “coirmão”, porque isso fortalece o futebol paranaense.
Mas às vezes ele não se controla e tira uma casquinha:
Alphonse Voigt/Esporte Show: Pode comentar também, doutor Mario, o senhor é convidado do Esportes Show.
Petraglia: Não entendo de segunda divisão, não tenho acompanhado.
Alphonse Voigt: Aí a jogada, Pedro Ken, cortou e bateu de canhota…
Algumas pessoas me garantiram que, no particular, o Petraglia seca o Coxa, como qualquer torcedor que se preze faz com o maior rival. Uma dessas fontes me disse que recebeu mensagens em tempo real durante um jogo em que o Coxa se complicou na Série B de 2018 e não conseguiu o acesso: eram mensagens do seu Mario Celso se divertindo com a tristeza alvi-verde.
Isso sem falar que o Petraglia já foi sócio do Coxa. Segundo ele, era só para frequentar os bailes e flertar com as moças do outro lado da cidade, como ele contou no Boa Noite Fox em 2015:
Benjamin Back/FOX Sports: O senhor ainda é sócio do coritiba?
Petraglia: Não, deixei há muitos anos.
Benjamin Back: E por que o senhor foi sócio do coritiba? Acho que nesse horário o senhor pode contar.
Petraglia: Eu não posso. Naquela época, quando a gente pegava na mão já era um sucesso.
Benjamin Back E é por isso que o senhor era sócio?
Petraglia: É claro, ia namorar as coxinhas brancas.
fim
Mario Celso Petraglia é um namorador, dizem algumas pessoas próximas. Mas um relacionamento em especial foi longo e determinante para a trajetória dele. Uma união da qual nasceram duas filhas e um filho.
Lembra do Instituto de Educação? (Onde ele retomou os estudos no período noturno enquanto trabalhava de office-boy.)
Quando o Instituto foi fundado, em 1876 (sim, 1876), se chamava Escola Normal. Isso era uma espécie de ensino médio profissionalizante, geralmente exclusivo para meninas, que formava professoras de ensino fundamental –as chamadas normalistas.
Além do Petraglia, estudaram no Instituto de Educação duas moças: Eliane e Fani. Ali nasceu uma amizade que duraria mais de meio século.
E essa amizade acabou aproximando também os respectivos namorados, que depois seriam seus maridos.
Curitiba 1966 – Arquivo Nacional [0’00] Entre as cidades brasileiras que se desenvolvem com versidade imprevista, figura a encantadora Curitiba, centro cultural e econômico da mais alta expressão no Sul do país. Por entre catedrais e edificações históricas, Curitiba se mostra hoje no vestuário de sua nova arquitetura urbana de linhas modernas, entre audácias e delicadezas, que traduzem a força criadora do homem, uma das mais pujantes áreas da terra brasileira [0’30]
A Curitiba dos anos 1960 era mais simples. Tinha cerca de 350 mil habitantes e se resumia ao que hoje é a região central. Bairros como Alto da XV e Portão ficavam na borda da cidade, onde galinhas corriam entre pequenas chácaras.
Jovens apaixonados se encontravam nos cinemas da Boca Maldita, nas sorveterias, nos pedalinhos do Passeio Público e nos bailes de clubes sociais.
E foi num baile à fantasia que Eliane apareceu com roupas orientais e ganhou o apelido que leva até hoje entre os mais íntimos: Chinesa.
Na Curitiba dos anos 1960, os namoros eram breves, mas os casamentos, duradouros.
No dia 7 de janeiro de 1967, a normalista Eliane Keinert, de 23 anos, casou-se com o contador Mario Celso Petraglia, ainda mais novo, com apenas 22 aninhos.
E quem passa a frequentar a casa da agora senhora Eliane Keinert Petraglia é a melhor amiga, Fani, e seu esposo: o engenheiro civil, arquiteto e urbanista Jaime Lerner.
Jingle da campanha de Jaime Lerner (1994): Daqui pra frente, gente, a gente verá nossa terra se transformar. Isso é urgente, gente, isso é pra já. Jaime Lerner pro Paraná, pra gente do Paraná…
Jaime Lerner e Petraglia têm muito em comum.
Líderes natos, arrojados e muito bem-sucedidos profissionalmente. Ambos deixaram um legado de obras que mexeram com a cidade de Curitiba e o estado do Paraná.
Mas eles tinham uma grande divergência: Lerner era Coxa. Claro que, para dois hábeis negociadores políticos, isso não seria um obstáculo na amizade e na parceria entre eles.
E Jaime Lerner, assim como Petraglia, é um personagem gigante e complexo.
Lerner era afiliado da Arena (a Aliança Renovadora Nacional, partido da Ditadura Militar) e foi nomeado prefeito biônico de Curitiba duas vezes: de 1971 a 1974 e de 1979 a 1983.
Os prefeitos biônicos eram indicados pelo Regime Militar, sem voto direto, nas capitais e cidades consideradas estratégicas para a segurança nacional.
Essa apresentação inicial que eu fiz do Lerner talvez seja suficiente para que ele seja cancelado: golpista, fascista, etc.
Olha, não é tão simples.
Lerner é uma referência internacional de urbanismo e trouxe para Curitiba inovações que marcaram época.
Foi no primeiro mandato dele como prefeito que a Rua XV de Novembro (a Rua das Flores) foi fechada para os carros, virando um calçadão para pedestres.
O Lerner ainda foi pioneiro ao integrar vias expressas de ônibus (que aqui em Curitiba a gente chama de canaletas) e que depois receberam as estações-tubo, um símbolo da cidade, num modelo de transporte público que seria copiado mundo afora.
Sinal sonoro do ônibus: Próxima parada: Terminal Capão da Imbuia. Desembarque por todas as portas. Você poderá fazer as seguintes conexões…
E olha como a gente não pode ser tão afobado para tachar alguém de reaça ou comuna: em 1983, o Lerner se filiou ao PDT, um partido de centro-esquerda, e se aproximou de um dos ícones da luta pela abertura democrática: o ex-exilado político Leonel Brizola.
Leonel Brizola/TV Cultura: Não há um problema de confronto entre capitalismo e socialismo, a rigor, nesta quadra da vida brasileira. O que há é uma classe dirigente arrogante, preconceituosa. Uma classe dirigente egoísta e, sobretudo, incompetente que fez isso com o nosso país.
Em 1985, no processo de reabertura política, Curitiba volta a ter eleições municipais. Jaime Lerner tenta, mas perde para Roberto Requião.
No ano seguinte, 1986, Lerner se lança candidato a vice-governador, e perde novamente.
Depois dessas duas derrotas, ele atende a um convite do Brizola, que governava o Rio de Janeiro, se muda para lá e transfere o título de eleitor.
Só que em 1988, apoiadores pressionam o Jaime Lerner a voltar para Curitiba, porque ele seria o único candidato capaz de vencer a eleição municipal contra Maurício Fruet, do PMDB.
Lerner aceita o desafio, mas a transferência do título de eleitor de volta para Curitiba cria um impasse na Justiça Eleitoral.
A candidatura dele só é liberada duas semanas antes da votação, e Lerner precisa de uma campanha política relâmpago para se tornar prefeito pela terceira vez.
E adivinha quem entra de cabeça na chamada “Campanha dos 12 dias”, com dinheiro e coordenação?
Exatamente: Mario Celso Petraglia.
Dulcineia Novaes/RPC: O candidato do PDT, Jaime Lerner, também ficou em casa o tempo todo e à tarde recebeu jornalistas, sempre procurando ser cuidadoso nas declarações. No meio da entrevista, foi apanhado de surpresa por amigos que chegaram fazendo festa, e não se conteve.
Jaime Lerner Eu tô louco de alegre!
Durante as entrevistas para esse documentário, mais de uma pessoa me falou que o Petraglia se gaba de nunca ter perdido uma eleição.
E quando ele diz isso, não está falando só de eleições internas do Athletico.
Benjamin Back/Fox Esportes: Como que o senhor parou no futebol?
– Quem pergunta aqui é o Benjamin Back, o Benja, mais uma vez no Boa Noite Fox –
Petraglia: Uma questão política. Em 1994 fui coordenador da campanha do Jaime Lerner, nós tínhamos um grupo empresarial forte, vários empresários que pretendíamos que ele fosse presidente da República. O Paraná nunca teve um presidente, nem vice. E daí eu coordenei a campanha, um dos coordenadores, ele queria que eu fosse secretário disso, daquilo, eu não quis. Não é minha vocação. A minha vocação é na iniciativa privada.
A campanha de 1994 foi mais um sucesso, e Jaime Lerner se elege para governador do Paraná. Ele seria reeleito ainda em 1998, mas nunca chegaria à Presidência do Brasil, como queriam os empresários paranaenses.
Jaime Lerner infelizmente faleceu em maio de 2021, dois anos depois da esposa Fani.
E não foi só em campanhas do Jaime Lerner que o Petraglia se envolveu, não. Políticos me relataram o apoio direto do Petraglia às campanhas de Cássio Taniguchi para prefeito de Curitiba, e também a participação dele em campanhas municipais em Londrina e até em Florianópolis.
Isso tudo é importante para a gente entender como é que um homem dá um “soco na mesa” e assume a presidência do Athletico em 1995, sem eleições?
Afinal, por pior que fosse a situação do clube dentro e fora de campo, não é uma coisa normal.
Só que o homem que pressionava o presidente Hussein Zraik também não era qualquer um.
Em 1995, Mario Celso Petraglia representava a maior potência empresarial do Paraná (o grupo Inepar), além de ser amigo íntimo e coordenador de campanha do governador.
O Petraglia era a encarnação do poder econômico e político do estado.
Acrescente a isso uma personalidade determinada, obstinada, implacável… e pronto.
Quando o homem resolveu assumir também o poder no Athletico, não dava para segurar. E ninguém segurou.
Existem duas versões de como o Petraglia assumiu o Athletico em 1995.
A primeira é que o presidente Hussein Zraik entendeu o momento delicado do clube, viu que as coisas não iam bem e gentilmente cedeu o cargo para o Petraglia, que já despontava como uma liderança entre os conselheiros.
Aqui, me permita dar a minha opinião: Essa narrativa não me convence.
Você acredita que o Hussein Zraik amigavelmente abriria mão do cargo pouco antes de começar o Brasileirão da Série B, no seu último ano de mandato?
Me parece muito mais verossímil a versão apurada pelo André Pugliesi e publicada na Gazeta do Povo em 2020:
[LEITURA DE DOCUMENTO]
Rapidamente, o Rubro-Negro foi asfixiado por Petraglia. Peça importante na campanha que elegeu Jaime Lerner governador do Paraná em 1994, o empresário gaúcho usou sua influência para barrar empréstimos de bancos ao clube, completamente endividado.
Ao mesmo tempo, o Conselho Deliberativo foi alinhavando a manobra para afastar Hussein Zraik. Um novo artigo, prevendo a existência de uma comissão gestora, foi elaborado e, com aprovação geral, acabou incluído no estatuto rubro-negro.
Mesmo solitário e enfraquecido, Zraik não aceitou renunciar e propunha, no máximo, antecipar as eleições. Acabou convencido por uma “proposta” irrecusável: caso não pulasse fora, poderia ter de arcar, pessoalmente, com encargos do Atlético. Assim, concordou com a chance, mais honrosa, de declarar-se impedido de comandar o clube.
Nós procuramos o Hussein Zraik para que ele desse a versão dele sobre a chamada “Revolução de 1995”. Mas ele não quis dar entrevista.
Sabendo que este é um documentário não autorizado, o ex-presidente disse que não quer se indispor com o Petraglia, porque hoje mantém uma relação cordial com ele.
Repórter/Globo Esporte: A torcida do Atlético mostrou toda a paixão e foi até Mogi Mirim para comemorar a vitória que garantiu a vaga na primeira divisão. A festa continuou na chegada do time no aeroporto em curitiba e nas ruas da cidade. Na baixada, estádio do Atlético, ninguém segurou a emoção. No sorriso dos jogadores, no grito dos torcedores apaixonados, a mesma alegria. A festa foi merecida. A vaga foi para o time de melhor campanha: 18 vitórias, 5 empates e só duas derrotas.
A guinada do Athletico nas mãos do Petraglia foi imediata.
Ainda em 1995, o time foi campeão da Série B, conquistando seu primeiro título nacional, e voltando à primeira divisão.
O Coxa terminou em segundo e também subiu.
Para 1996, o Athletico manteve uma base forte e terminou o Brasileirão em 8º lugar. Destaque para o goleiro Ricardo Pinto e uma dupla de ataque que fez história na velha Baixada.
Luciano do Valle/TV Band: Paulo Rink… Lançamento é pra ele, Oséias… gooooool. Oséias, é do Atlético.
Em 1997, mais mudanças. A diretoria impulsiona a campanha de marketing “Atlético Total”, apresenta um novo escudo (arredondado e mais moderno), fecha uma parceria de materiais esportivos com a Umbro (que segue viva até hoje), e anuncia investimentos ousados.
Locutor/Vídeo institucional ‘Atlético-PR – Paixão de um povo: Mas um grande clube necessita mais que um bom time de futebol. por isso, a diretoria do atlético começou a investir seriamente em estrutura, construindo um centro de fisiologia na baixada, um dos mais modernos e completos do país… outro fato de grande importância foi a aquisição de uma ampla área onde funcionará o centro de treinamento… realizações que são fruto do trabalho sério e obstinado da atual diretoria, destacando-se a atuação do presidente Mario Celso Petraglia, principal responsável pelo ressurgimento do orgulho de ser atleticano.
Ainda em 1997, a diretoria começa a demolir o estádio Joaquim Américo (a Baixada), que tinha sido reformada três anos antes.
E o Petraglia, que não dá ponto sem nó, aproveitou até entulho de obra para mobilizar a venda de ingressos e fazer dinheiro.
Ana Zimmermann/Globo Esporte: Mas da velha Baixada pouco ainda está de pé. O estádio está sendo demolido, vai ficar fechado por um ano para reabrir com capacidade para 50 mil pessoas. O torcedor não vai ficar só com a imagem da lembrança: está levando pra casa um pedacinho do estádio. O brinde vem com o ingresso para os jogos do Atlético, no estádio da Federação. E pelo jeito vai ser guardado como uma jóia, uma relíquia.
Torcedor: desde pequeninho que a gente vem na baixada, desde a época que era só de tijolo as arquibancadas eu vinha. Acho que para a torcida, para quem gosta do Atlético, quem ama o Atlético, representa muito.
Quatro anos depois da revolução petraglista, o Athletico era outro.
Em 1999, o clube inaugura um centro de treinamento novo e a primeira arena do Brasil, ainda incompleta, mas 100% coberta e com capacidade para 32 mil pessoal.
A Arena era rubro-negra por fora, o que causa suspiros de saudades em atleticanos inconformados com a estética cinza que a Baixada tem hoje. Uma das retas laterais, na Avenida Brasílio Itiberê, não tinha arquibancada, porque um colégio ocupava aquela parte do terreno.
Para os rivais, a piada é que o Athletico inaugurava em 22 de junho de 1999 o mais moderno meio-estádio da América Latina.
O jogo de inauguração foi 2×1 contra o Cerro Porteño, do Paraguai, decidido com um golaço do lateral esquerdo Vanin, de fora da área, na gaveta do gol da Coronel Dulcídio.
Essa noite em junho de 1999 foi uma das mais felizes da vida do Petraglia.
Vendo as imagens do discurso que ele fez antes da partida, o homem parece imbatível.
Como sempre, ele está de terno cinza, camisa branca e topete penteado para a direita.
Mas, naquela noite, ele levava no peito uma elegante gravata rubro-negra, e discursava com altivez, como quem diz: Senhoras e senhores, o tempo é o senhor da razão.
Petraglia: A dignidade e a autoestima de ser atleticano foi o primeiro desafio. Investir pesado no patrimônio, construindo o mais bem equipado centro de treinamentos do Brasil, que estamos inaugurando no próximo sábado, e essa monumental arena de multieventos, foi o segundo passo. O terceiro momento começa agora. O Atlético está buscando seu futuro com uma parceria. E com isso, com o futebol empresa, estará pronto a nível internacional para trilhar mais um século de glórias.
Olha que loucura: 1999 e o Petraglia já falava em clube-empresa, uma discussão que só amadureceu no Brasil depois de 2020.
E não bastasse todas as conquistas patrimoniais concretizadas em 1999, o Athletico ainda encerra o ano classificado pela primeira vez para a Taça Libertadores da América.
Bonita a história, né?
Mas, Andretta: como é que um clube à beira da falência, com salários atrasados, consegue construir um centro de treinamento e um estádio novo, ambos moderníssimos, em apenas quatro anos?
Pois é… No episódio que vem a gente vai falar mais sobre o papel decisivo do Petraglia nessa reviravolta, e de uma jogada de mestre que fez toda a diferença.
Mauro Singer: Mas o Pavoc, claro que o Pavoc foi uma benesse do governo do Estado com o Atlético. Isso não tem… os coxas vão dizer ‘mais uma benesse’. Mas essa eu acho que foi mesmo. Mas era uma terra de ninguém, viu? O Pavoc, ninguém queria.
Sandro Moser: Ele olhou cinco lances do xadrez à frente e deu um puta de um xeque-mate aí que mudou tudo. Mudou tudo para ele. Se não fosse aquela circunstância, ele ia achar outra maneira, tenho certeza. Mas a diferença dos caras que são os grandes realizadores é esse, cara: ele viu oportunidade e falou ‘opa, é aqui, né?’
E você vai saber também o que aconteceu naquela noite de inauguração da Arena da Baixada que mudou para sempre (e para pior) a relação do Petraglia com a torcida rubro-negra.
Mauro Singer: Ali começou a centelha do ódio dele contra a torcida do Atlético.
Eu sou Filipe Andretta e esse foi o primeiro episódio do ‘Senhor da Razão?’, um documentário independente e não autorizado sobre Mario Celso Petraglia e o Athletico Paranaense.
Fazer um documentário com a seriedade e a qualidade dignas de um personagem do tamanho do Petraglia não é fácil. Leva muito tempo de pesquisa, entrevista, escrita, checagem, gravação, edição, divulgação etc.
Isso sem falar nos custos com equipamento, estúdio, deslocamento e serviços em geral contratados para levar esse podcast até você.
Nós planejamos seis episódios para contar essa história, mas vamos precisar da sua ajuda para publicar todos eles.
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E se você autorizar, o seu comentário pode entrar em episódios extras, que serão publicados durante a temporada.
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Esse documentário tem pesquisa, produção, entrevista, locução, roteiro e edição sonora de Filipe Andretta.
A vinheta e as trilhas sonoras são do palmeirense Vinícius Antunes.
A voz na leitura de documentos é da Andreia Porto, que não torce para ninguém
O site e a identidade visual são do flamenguista Fabricio Vinhas,
e a assistência de produção é do athleticano André Carneiro
Além de trechos de entrevistas exclusivas, esse episódio usou áudios de:
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Torcida Os Fanáticos
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Torcidas do Brasil
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O Canto das Torcidas
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TV CAP
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Furacão Live
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Club Athletico Paranaense
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Hinos do Coritiba e do Paraná Clube
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GRPCom
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CNT
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Rádio Band
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Canais de Valdevir Junior, José Wille e Fábio Chener
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TV Cultura
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Até a próxima.