Episódio 5 - Transcrição
Olá, tudo bem?
O episódio de hoje não estava no planejamento. Ele é resultado de uma apuração que eu achei que não ia dar em nada, mas deu.
Depois de muita insistência, a gente conseguiu informações que esclarecem uma lenda urbana do futebol e da política paranaense – um boato que algumas pessoas comentam à boca pequena, olhando por cima do ombro… às vezes até piscando um olho, assim, com uma certa malícia.
Só que, os documentos que a gente acessou revelam que que o assunto não é apenas um boato.
No centro dessa história está um caso que a gente tratou no episódio 2: o Pavoc, clube de campo que pertencia ao Athletico Paranaense.
Então, se você não ouviu o episódio 2, eu recomendo muito que você escute ele primeiro.
Mas, o resumo do que você precisa saber, é o seguinte.
Pavoc é uma sigla para Parque Aquático Vila Olímpica Cornelsen (ou Vila Olímpica de Curitiba). Era um clube social que foi planejado por Aryon Cornelsen, ex-presidente do Coxa, e projetado pelo irmão dele, o célebre arquiteto athleticano Lolô Cornelsen.
A ideia inicial era que o Pavoc servisse de clube social e de centro de treinamento para o Coxa. Mas o empreendimento acabou indo parar nas mãos do Furacão, que montou no espaço o Atlético Clube de Campo.
O Pavoc não fez muito sucesso, nem como clube social, nem como CT para as categorias de base. Era longe do centro, na Avenida das Torres, entre Curitiba e São José dos Pinhais. Além disso, o terreno ficava às margens do rio Iguaçu, que transbordava constantemente.
Em 1994, Mario Celso Petraglia coordenou a campanha política do amigo e parceiro Jaime Lerner, eleito governador do Paraná. No ano seguinte, 1995, Jaime Lerner assume o Palácio Iguaçu e Petraglia assume o comando do Athletico. E um dos primeiros atos de Jaime Lerner é desapropriar o Pavoc e outros terrenos da região para construir o canal extravasor – uma obra que visava reduzir as enchentes.
A grana que o Athletico ganhou como indenização levantou suspeitas, tendo em vista a relação íntima entre Petraglia e o governador da época. Muita gente diz que o clube levou vantagem nesse rolo, embora não exista nenhuma decisão judicial ou do Tribunal de Contas que confirme qualquer irregularidade.
Pois bem.
Para fazer o episódio 2 eu fui até o Parque São José, onde ficava o Pavoc. Conversei com algumas pessoas e encontrei até sócios do antigo clube de campo.
Foi numa dessas conversas que eu ouvi, pela primeira vez, aquele boato que me deixou curioso.
(Cida) Vou sentar aqui só para não pegar sol.
(Filipe) Ah, claro, por favor, fique à vontade. E aqui sofria muito com alagamento, né? Antes…
(Cida) Pro lado de lá.
(Filipe) Pro lado de lá?
(Cida) Pro lado da BR, do lado de lá. Quando você entra, que vai para pegar… passou o chapéu, que você faz a curva ali… aquela parte ali alagava tudo.
(Filipe) Essa região do clube não chegava a alagar?
(Cida) Não. Aqui não tinha alagamento. Só pra lá. Tanto que foi tudo aterrado… era do Aníbal Khury esse terreno ali.
(Filipe) Ah, era do Aníbal Khury?
(Cida) Aham. Ele Já morreu. Foi vendido. Hoje tem casas. Hoje, ali, não alaga nada.
Se você não mora no Paraná ou é muito jovem, talvez não tenha dimensão de quem foi Aníbal Khury.
É um personagem que também já apareceu aqui neste podcast, no episódio 4, incentivando a torcida Os Fanáticos a queimar camisas da Nike e a invadir o aeroporto para protestar contra a CBF, no Caso Ivens Mendes.
(José Carlos Belotto) E daí tinha o plano mais ousado… falou assim: ‘você vai arrumar umas 500 cabeças e vocês vão lá e invadam o aeroporto, entre na pista do aeroporto com bandeira, com tudo, e fecha o aeroporto de de Curitiba, como parte do protesto do Atlético… eu garanto por duas horas eu consigo segurar a polícia’. Falou: ‘depois de 2 horas, saiam correndo que a polícia vai entrar lá e descer o cacete em vocês’.
Aníbal Khury era o homem mais poderoso do Paraná. Acho que esse é um jeito bem direto e correto de resumir o político que faleceu em 1999, aos 75 anos.
Ele usava uma estratégia que é comum até hoje entre pessoas que se mantêm no poder por muito tempo: ele preferia dar as cartas de dentro do Legislativo, em vez de se expor no Executivo.
Aníbal Khury foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Paraná muitas vezes. Mesmo quando não ocupava a presidência, era ele quem mandava (algo que lembra um pouco a relação do Petraglia com o Athletico).
(Aníbal Khury) A Assembleia não é um poder meramente homologatório e nem é um poder que fica atrelado ao Executivo. Pelo menos, na minha presidência. Nós estamos votando aquilo que nós achamos, conscientemente, certas…
O apelido de Aníbal Khury era Buda – não apenas per ser um homem bem obeso (como, de fato, ele era), mas também pela sabedoria e pela experiência que ela tinha.
(Aníbal Khury) Na realidade eu disputei a primeira eleição a deputado estadual em 1950. Derrotado, eu era mocinho né, eu não me elegi por 50 votos… e meu pai notou que eu estava num estado depressivo, e num almoço lé entre nossos irmãos, nós éramos cinco irmãos homens, minha mãe já estava morta, meu pai me perguntou: ‘Por que você está triste?’. Eu ‘não, não estou triste…’. ‘Não, você está triste, eu sei, perdeu a eleição, agora vê se aprende a ganhar’. E nunca mais eu perdi.
A influência do Buda estava em todos os municípios, órgãos, autarquias, repartições e empresas paranaenses. Era um cara onipresente no estado.
E a influência dele estava, também, no futebol. Aníbal Khury era athleticano e foi presidente do clube entre 1976 e 1977, embora não entendesse muito de bola, como ele mesmo dizia.
(Aníbal Khury) Futebol, naquele tempo não havia tanta demagogia…
(Entrevistador) E a política partidária, qual é a diferença?
(Aníbal Khury) Bom, eu vou dizer para vocês honestamente: fiz o meu curso de pós-graduação em política no futebol. A diferença é muito grande. Entre mil pessoas, 995 entendem de futebol… de futebol. Em política, 995 não entendem de política. No futebol, eu estava nos 5% que não entendia de futebol.
Quando aquela senhora no Parque São José me falou que o Aníbal Khury tinha terrenos do outro lado da estrada, onde também passou a obra do canal extravasor, tocou um sininho na minha cabeça.
Opa! Se isso for verdade, é um elemento que deixa a história do Pavoc ainda mais complexa.
Até então, eu estava trabalhando apenas com a hipótese de o Athletico ter se dado bem (ou não) com a grana da indenização. Mas e se, além do Athletico, a obra envolveu também o homem mais poderoso do estado (que, além de tudo, era athleticano)?
Tá. Mas eu não podia simplesmente jogar esse boato no documentário sem nenhuma prova. Aquela senhora podia ter se confundido, podia estar reproduzindo uma lenda urbana, ou podia estar inventando.
Então, eu preferi nem mencionar essa história do Aníbal Khury no episódio 2.
Só que, depois que o episódio foi publicado, outras pessoas vieram me procurar e cochicharam: faltou você mencionar que o Aníbal Khury mexeu os pauzinhos no caso do Pavoc.
Para essas pessoas eu respondi a mesma coisa: que eu já tinha aberto um protocolo via Lei de Acesso à Informação, pedindo detalhes da obra do canal extravasor. E que, se aparecesse alguma coisa concreta, eu faria um episódio extra.
Quatro meses depois, as respostas começaram a chegar, com bastante coisa interessante. E, agora, eu estou aqui para cumprir com o prometido.
Eu sou Filipe Andretta e este é o “Senhor da Razão?”, um documentário não autorizado sobre Mario Celso Petraglia e o Athletico Paranaense.
Vinheta de abertura
Episódio 5: Aníbal Khury
A obra do canal extravasor recebeu financiamento do Banco Mundial e foi conduzida pela Comec, um órgão estadual que não existe mais.
Por causa disso, o meu pedido de acesso à informação ficou por meses sendo jogado de um lado para o outro. Começou na Ouvidoria, passou pelo Instituto de Água e Terra, pela Agência de Assuntos Metropolitanos e pela Secretaria de Administração.
Todo mundo que recebia o protocolo quase se livrava dele, alegando que não tinha nada a ver com aquela obra velha
E eu não estou falando isso para criticar o trabalho dos servidores. Realmente, era uma tarefa complicada achar arquivos tão antigos de um órgão extinto.
E o que eu tinha pedido não era pouca coisa, também. Eu queria a relação de todas as pessoas e empresas que foram indenizadas para a obra, o valor que cada uma recebeu, e acesso à íntegra dos processos de desapropriação.
Lembrando que os trâmites burocráticos para a obra começaram em 1995, quando muita coisa ainda era datilografada na máquina de escrever.
Se aquele calhamaço de folhas ainda existisse, provavelmente estaria trancado no fundo de um depósito.
Depois de idas e vindas, a Agência de Assuntos Metropolitanos (a Amep) me enviou algumas planilhas com informações. Lá tinha quem foi desapropriado, qual o tamanho da área, quantos reais por m² a pessoa recebeu e qual o número do processo relacionado a cada uma.
Era uma lista com mais de 300 nomes – entre eles o Club Athletico Paranaense.
Então eu dei um CTRL+F e procurei por “Aníbal”. Não apareceu nada.
Na segunda tentativa, eu busquei pelo sobrenome: K-H-U-R-Y. Quando dei o Enter, o navegador me jogou direto para uma linha da planilha com a seguinte identificação de proprietário: Ricardo Sabóia Khury e outros.
Esse foi o primeiro indício de que o boato tinha pelo menos algum fundo de verdade.
Ricardo Khury, que faleceu em 2006, era filho de Aníbal Khury. Então, eu já sabia que a família Khury tinha recebido uma indenização para a construção do canal extravasor, assim como o Athletico.
Além disso, o documento falava em “Ricardo Sabóia Khury e outros”. Quem seriam esses “outros”?
Isso eu só saberia folheando os processos que, para a minha sorte, estavam preservados no Arquivo Público do Paraná. Então, lá fui eu até a Rua dos Funcionários, no bairro Cabral, onde fui muito bem recebido e orientado pelos funcionário para fazer a pesquisa.
A desapropriação para a obra do canal envolveu mais de 300 proprietários, e cada um deles tinha um processo.
Primeiro, eu quero falar do processo do Athletico.
Nele, eu encontrei alguns documentos históricos, como a ata da reunião do conselho que colocou Mario Celso Petraglia no comando do Athletico em 1995. Você pode conferir uma cópia dessa raridade nos materiais extras desse episódio, disponíveis no site senhordarazao.com.br.
Eu descobri nos documentos que as negociações para a desapropriação já haviam começado antes de o Petraglia assumir. A diretoria anterior havia pedido 16 milhões de reais de indenização – algo equivalente a 105 milhões hoje.
Quando o Petraglia assume, finalmente, ele envia um comunicado aos sócios do clube de campo, dizendo que a questão seria resolvida amigavelmente com o governo. Esse material também está lá no site.
Para definir quanto vale alguma coisa num processo de desapropriação, ela passa por uma avaliação feita por profissionais. O laudo sobre o Atlético Clube de Campo (o Pavoc) diz que a área tinha 250 mil m², num terreno que valia 10 reais por m² – atualizando pela inflação, isso dá 62 reais por m².
Esse valor é relativamente alto. A maioria dos proprietários recebeu menos de 3 reais por m², na época – enquanto o Athletico, lembrando, recebeu dez. Mas, pode ter pesado em favor do clube a localização, que era bem de frente para a Avenida das Torres, e os lagos que faziam parte do clube.
A verdade é que é impossível reavaliar, hoje, o valor que o terreno tinha àquela época, só com base nos documentos disponíveis no processo.
Ah, e além dos 10 reais por m² de terreno, o laudo também calcula a indenização das benfeitorias, que eram as seguintes:
[LEITURA DE DOCUMENTO]
Área social, vestiários, duas piscinas semi-olímpicas e três piscinas infantis, guarita, 90 mil m² de paisagismo, dois campos de futebol em tamanho oficial, um campo de futebol society, um campo de rugby, duas quadras poliesportivas, um campo de minigolf, churrasqueiras e playground.
Eu queria muito ter visto imagens dessa estrutura do clube de campo. O processo que eu folheei tinha um rolo de negativo grampeado e eu cheguei a pedir autorização para revelar essas fotos analógicas. Mas, infelizmente, não é permitido.
As melhores imagens que eu encontrei do Atlético Clube de Campo estão numa tese de pós-graduação, disponível num PDF online. Eu coloquei esse link lá no site também.
Para quem quiser ter uma ideia melhor de como era o Pavoc, tem um senhor muito simpático chamado Jorge Brasil que foi jogador amador. Ele publica vídeos no YouTube com algumas fotos e relatos do antigo Clube de Campo.
(Jorge Brasil) Essa campo aqui tem muita história para mim, muita história para muita gente também. Eu estou aqui até hoje, com a graça de Deus, to jogando, treinando, matando as saudades. Estou com meus 62 anos e estou nesse campo ainda matando saudades, galera. Um campo que passou muita gente boa. Que o Athletico Paranaense comprou. O Athletico treinava aqui. Mas antes do Athletico, no tempo do Pavoc ainda, o Coritiba vinha treinar aqui. Não era só o Athletico. O Coritiba veio muitas vezes treinar aqui no tempo do Tobi ainda, galera. O próprio Colorado veio treinar aqui na época do Genaldo, Tião Marçal, Volnei, Bira vinha treinar aqui também nesse campo, galera. Depois o Athletico teve muita gente boa. Washington e Assis jogavam aqui, treinava, descansavam nessa arquibancada que vocês estão vendo…
No fim das contas, o Athletico concordou com o Laudo de avaliação apresentado pelo estado e aceitou receber uma indenização de 5 milhões e 700 mil reais pelo terreno e pela estrutura instalada. É menos da metade do que os 16 milhões pedidos pela diretoria anterior ao Petraglia.
Atualizando o valor que o Athletico recebeu a vista em agosto de 1996 dá, mais ou menos, 28 milhões de reais.
Essa grana foi fundamental para desafogar o caixa do clube. Ela foi a base também para a compra de uma estância que seria transformada no CT do Caju.
(Locutor de publicidade) Mas para transformar um menino em um grande jogador, só paixão não basta. Com esse espírito, em 1995, a diretoria do Club Athletico Paranaense começou a transformar em realidade um sonho chamado Atlético Total. O pontapé inicial desta revolução foi a construção do Centro de Treinamento Alfredo Gottardi, uma autêntica usina formadora de craques, onde jovens do mundo inteiro já estão vindo aprender os segredos da bola e conhecer a ginga brasileira.
Tem dois documentos que passam quase despercebidos no processo do Athletico, mas que são importantes para o resto dessa história.
A obra do Canal Extravasor ia atravessar várias propriedades. Algumas enormes, como era o Pavoc, outras pequenas, de famílias humildes. Então, as desapropriações foram feitas aos poucos, por meio de diversos decretos do Governo Estadual.
Em regra, quem assinava os decretos era o governador Jaime Lerner. Se ele estivesse ausente por qualquer motivo (uma viagem, uma licença), quem assinava era a vice-governadora, Emília Belinati.
Agora, se nenhum dos dois estivesse no cargo, o presidente da Assembleia Legislativa virava governador em exercício. E foi numa dessas ocasiões que Aníbal Khury acabou assinando os dois decretos de desapropriação que atingiram as áreas do Atlético Clube de Campo.
Depois de fuçar o processo do Pavoc, eu me debrucei sobre um caderno que dizia, na capa, Ricardo Khury e outros.
Logo nas primeiras páginas a gente já descobre que os “outros” são o próprio Aníbal Khury, a esposa dele, Leonor, e o outro filho, Aníbal Khury Júnior.
Todos os quatro eram donos de um terreno sem benfeitorias de mais de 600 mil m² na Colônia Afonso Pena (região próxima do Aeroporto de mesmo nome).
Uma parte do terreno da família Khury foi desapropriada por decreto do governador Jaime Lerner.
Bem. O fato de o nome de Ricardo Khury ter sido escolhido para ficar na capa do processo e nas planilhas já é curioso. Não entra num critério de ordem alfabética. Pode ter sido uma escolha aleatória, sim… mas parece uma tentativa de não chamar atenção para o nome de Aníbal Khury.
A família Khury recebeu 3 reais e dez centavos para cada um dos 415 mil m² desapropriados. Foi tudo de forma amigável, e o acordo garantiu o pagamento de 1 milhão e 285 mil reais à época, dividido em cinco parcelas. Em valores atuais, isso equivale a 7 milhões e 700 mil reais.
Para fazer uma comparação, eu peguei o processo de outras duas desapropriações semelhantes da mesma obra: um de uma família e outro de uma empresa que tinham terrenos grandes, sem benfeitorias, na mesma região (a Colônia Afonso Pena).
Uma delas recebeu 2 reais por m², a outra recebeu 2,40. A família Khury, como eu disse, recebeu 3,10 por m².
Pode parecer uma diferença pequena, mas não é. Entre 2 reais e 3,10, a diferença passa de 50%.
Mas, como eu disse, não tem como avaliar se os valores foram justos (ou injustos) com base em documentos antigos e laudos que descrevem os terrenos de forma genérica. Os números que eu trago aqui são apenas para comparar mesmo, sem julgamento.
Além disso, eu reforço que não existe condenação judicial que aponte irregularidades nas desapropriações de terrenos do Athletico ou da Família Khury.
Por outro lado, a gente não pode ignorar que Aníbal Khury recebeu uma indenização por uma obra do Governo do Paraná, numa época em que ele chegou a assumir o governo temporariamente (inclusive assinando alguns decretos de desapropriação relacionados à mesma obra).
Aí, sim, parece haver, no mínimo, um conflito de interesse.
A Família Khury continua muito poderosa e influente no Paraná. O maior herdeiro político de Aníbal Khury é Alexandre Curi, que segue os passos do avô como deputado estadual.
(Eduardo Scola) Olha só, Marc, a Assembleia Legislativa tem 42% de renovação e 31 deputados e deputadas foram reeleitos. Alexandre Curi foi o mais votado, com mais de 230 mil votos e agora é com ele, né Marc, que nós vamos conversar ao vivo nos microfones da PanNews.
(Alexandre Curi) Boa tarde Marc, boa tarde Scola, boa tarde a todos os telespectadores. Pra mim é muito gratificante. A gente fica extremamente feliz, Marque, quando você percebe que mais de 237 mil pessoas acordaram num domingo para dar um voto de confiança em você. Esse é reconhecimento do nosso trabalho…
Alexandre Curi adotou uma estratégia de marketing político interessante: ele simplificou a grafia do sobrenome, escrevendo C-U-R-I.
Assim como o avô Aníbal, Alexandre Curi também é athleticano e se envolveu com a política interna do clube. Ele teve um papel importante para negociar a vinda da Copa do Mundo para a Baixada.
(Alexandre Curi) Olha, boa noite aos telespectadores, boa noite a você, Alfonso. E quero, inicialmente, cumprimentar o programa EsporteShow. Nós sabemos que existe a imprensa que critica para prejudicar. E sabemos que existe a imprensa que critica para construir. E este é o objetivo do EsporteShow. Não estamos aqui para falar do passado…
Eu procurei o deputado Alexandre Curi, expliquei detalhes dos documentos que consegui e pedi uma entrevista. Mas, por meio da assessoria, ele respondeu que não iria comentar por causa da boa relação que o deputado tem hoje com o Athletico.
Lá no episódio 2, tem um trecho de uma entrevista que eu fiz com o athleticano Mauro Singer, em que ele fala uma frase sobre a desapropriação do Pavoc que me chamou a atenção:
(Mauro Singer) Cara, essas coisas aqui, as pessoas do alto escalão, os políticos, os grandes empresários, eles sentam numa mesa, tomam um bom vinho e negociam. Nós, os mortais aqui embaixo, não vamos entender isso.
“Os políticos, os grandes empresários, eles sentam numa mesa, tomam um bom vinho e negociam. Nós, os mortais aqui embaixo, não vamos entender isso.”
Eu espero que as informações que a gente trouxe aqui ajudem, pelo menos, a desmistificar aquela lenda urbana que as pessoas cochicham por ai, e que tragam transparência a um debate legítimo. É direito “dos mortais aqui embaixo” ter acesso a detalhes do que acontece nas grandes negociações – principalmente as que envolvem dinheiro público.
E, informação, nunca é demais.
No episódio que vem, a gente retoma a história de Mario Celso Petraglia a partir da relação dele com outros dirigentes que, juntos, formaram o “triunvirato” que revolucionou o clube.
(Ademir Adur) Quando nós assumimos, por deliberação do Conselho Administrativo, foram definidas as funções dos três dirigentes. E a função do setor de marketing e negociações externas de jogadores era exclusivamente com o senhor Mario Celso Petraglia.
Você ouviu o quinto episódio do ‘Senhor da Razão?’, um documentário independente e não autorizado sobre Mario Celso Petraglia e o Athletico Paranaense.
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Esse documentário tem pesquisa, produção, entrevistas, locução, roteiro e edição sonora de Filipe Andretta.
As locuções foram gravadas com o apoio da Arnica Cultural, em Curitiba.
A vinheta e as trilhas sonoras são do palmeirense Vinícius Antunes, com áudios da soundstripe e da artlist.
O site e a identidade visual são do flamenguista Fabricio Vinhas.
A gestão das redes sociais tem o apoio de Lucas Daniel de Lima, que não torce para ninguém.
E a assistência de produção é do athleticano André Carneiro.
Além de entrevistas exclusivas, esse episódio usou áudios de:
- RPC
- TV Exclusiva
- Canais do YouTube de José Wille e Jorge Brasil
- Jovem Pan News
- TV Mercosul
Obrigado e até a próxima.